segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Impressões do Escritor e Ator Eduardo Prazeres sobre o Solo - "Exercício Sobre Medéia" - O Coletivo Piauhy Estúdio das Artes agradece! Saudações Teatrais. Avante!

Foto: Ana Cândida Carvalho


 Me senti profundamente tocado pelo que vi. Acho que Silmara canalizou muito bem a aura forte de Medeia em seu corpo, que, sendo o corpo de uma mulher jovem e de estatura relativamente pequena, de repente se agiganta no palco pela força expressiva e a beleza dos movimentos, que para mim, particularmente, é onde está sintetizada toda a teatralidade deste espetáculo. É nítida a coreografia, a exploração consciente do espaço esteticamente. O texto funciona, mas para mim, o que ele causa na atriz, que está entregue, absorta, “com a alma em carne viva”, é muito maior que o próprio texto, é a concretização da linguagem, por que causa em mim também. Por um momento senti que se eu tampasse os ouvidos, e apenas observasse atentamente o gestual de Silmara e captasse a energia emitida por seu corpo, eu seria capaz de entender cada palavra, mesmo sem ouvi-las. A organização dos movimentos dentro dessa caprichada estrutura estética foi uma grande sacada no sentido de nos remeter a uma atmosfera clássica, onde a elegância, mesmo no apogeu de uma terrível tragédia, era sempre indispensável. A força de espírito dessa mulher/anjo/demônio também é enfatizada pela qualidade dos movimentos. O fato desafiador de Silmara/Medeia sentar-se sempre de pernas abertas para a platéia é um elemento perturbador, pois há uma bela mulher de pernas abertas em minha direção, mas o poder de sua presença é tão grande que eu “tenho medo de olhá-la”. Por que não está ali uma mulher comum. Está ali a filha de Hécate, a mão capaz de assassinar aos próprios filhos. A magia, o regresso aos tempos ancestrais onde predominava o pensamento místico, isso foi caracterizado para mim, entre outras coisas, nas figuras geométricas simples, apenas linhas paralelas, formadas pelas cordas esticadas no cenário. Imediatamente associei essa imagem à TEORIA DAS CORDAS, segundo a qual o universo está dividido em dez dimensões, como dez cordas esticadas paralelamente, sendo que uma delas é a residência de Deus (o céu), e que ele, por ser Deus, consegue mover-se por todas as dez dimensões apenas vibrando as “cordas”. Enfim, tenho pouco embasamento teórico-estético, e não vou ficar aqui bancando o crítico de arte, o que definitivamente não sou. Queria apenas manifestar as minhas impressões sobre mais este belo trabalho do talentoso grupo de artistas do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes, coordenado por Adriano Abreu. Meus parabéns especialmente a essa dupla, esse casal que está dando tão bons frutos ao teatro piauiense, Silmara e Adriano.

sábado, 16 de novembro de 2013

"O espetáculo é nossa montanha, nossa água, nossa floresta..." (Eugênio Barba)

Foto: Ana Cândida


Chego hoje dia 17 de Novembro de 2013, um ano depois de muito estudo, pesquisa, observações, dúvidas, discussões, aceitações, erros e muito aprendizado. Bom ou ruim, eu trabalhei, houve entrega, é meu ofício gritando mais alto, como diz o adágio popular: "A pessoa é para o que nasce". Eu nasci para o teatro, isso tenho plena certeza. Entender o seu universo, sua espiritualidade, sua técnica, amor e sua emoção. Além de tudo ter respeito ao fazer artístico teatral. É uma arte delicada, fios de sensibilidade rodopiam o seu ser. Bom, eu cheguei a esse resultado hoje. Vou revelar meu primeiro Solo - "Exercício Sobre Medéia" - Um exercício de aceitação, amor e trabalho. E ousamos trabalhar uma tragédia - " A tragédia é sempre aristocrata em essência e, por isso mesmo, em suas fontes reacionárias: tem sentido de edificação inspirado por uma ordem social, que deseja ser mantida. É inspirada para que inspire um sentido final de resignação, da ausência de rebelião". (Dionísio). Que o meu Deus todo poderoso e nossa senhora e todos os Deuses do Teatro me abençoem, me dê forças e garra para que eu execute meu trabalho verdadeiramente, amém! Ofereço esse Solo ao diretor Adriano Abreu pela paciência, honestidade, profissionalismo e amor. Ao público, todo meu respeito e dignidade, é meu simples presente a todos vocês. Oremos!

Obrigada ao meu Coletivo Piauhy Estúdio das Artes, em especial David Santos e Erica Smith. A Yeda Gabriele, que fez o trabalho de preparadora Corporal, meu muito obrigada, pelo esforço e os ensinamentos. Obrigada a todos os amigos que colaboraram, mesmo em pensamento para esse resultado. Deus abençoe a todos! Saudações Teatrais!!

Silmara Silva

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

"Não Coloque Cacos de Vidro no Seu Caminho"

Nós atores(izes), temos uma preocupação exacerbada de querer mostrar sempre o melhor, que somos bons, inteligentes e que nunca erramos. Nossa profissão é exibicionista por natureza. Temos apenas que saber equacionar essa exibição. Então, o que seria ser um bom ator? Aquele que tem a verdade de uma imagem, aquele que sabe tudo sobre o personagem e, está dentro da estrutura do mesmo. Ou, é generoso, prefere dar prazer a platéia com a sua atuação, que dar prazer para si próprio. Não seria a vaidade maior que tudo isso? Infelizmente combater essa vaidade artística, essa frieza cênica e canibal, vem sendo o fantasma dos nossos dias criativos. Em "Exercício Sobre Medéia", venho me deparando com uma avalanche de desprendimento, como achismos, egocentrismo, auto-críticas, e devaneios. Grande parte dos obstáculos nós mesmos damos vida em um processo de criação, sejam esses físicos, emocionais ou espirituais, que geram então uma interrupção da vontade. Cacos de vidros falhos que só atrapalham nossa trajetória. A preocupação enlouquecida com o "eu" e, não com o trabalho teatral, evoluem para as cascas secas ao vento. Eu, mesma venho me debatendo contra minhas "verdades", venho superando essa falta de equilíbrio, que de certa forma é importante, pois precede a criação. Faz parte do processo! Porém, precisei entender que na falta de disciplina, havia uma ausência de método, uma incompreensão do mesmo que geraria uma vontade doente. Não usar da resistência para resolver seus fricotes, abusos e incompetências. Chorar não vai te redimir de nada! Aceitar sim, o seu fazer artístico teatral como ofício, estudo, vida, suor, trabalho e amor. Eu assumo ser dona de uma insegurança, chiliques desnecessários em busca de uma verdade talvez que nem exista. Mas, eu acredito no meu trabalho, na minha vontade de amar cada vez mais minha arte, lutando e combatendo as vaidades e as vicissitudes do caráter humano. Parafraseando - Eugênio Barba que diz: " Numa época em que a fé em  Deus é diagnosticada como neurose, ficamos sem parâmetros para avaliar se vivemos ou não a nossa própria vida. Não importa que motivações secretas e pessoais levaram você a fazer teatro, mas, agora que estas exercendo essa profissão, deve encontrar um sentido nisso. Um sentido que indo além de sua persona, faça você se confrontar socialmente com os outros... Partir de si mesmo e para si mesmo. Só assim é possível se confrontar com os outros e fazer com o que nos reconheçam". 

Por Silmara Silva

domingo, 7 de julho de 2013

Atriz que canta, mas não é cantora?

"Estouramos" todas as notas musicais no meu quadragésimo sétimo ensaio. Depois de tentativas suadas de cantar e, não conseguir suprir a necessidade da cena, do diretor e a minha. Estouramos! A sabedoria existe para ser pensada, refletida e aplicada em pequenos gestos. Sei da grande dificuldade para nós atores cantar em cena. Porém não precisamos ser cantores, mais somos obrigados a entender de música para cantar como atores.  O teatro contemporâneo exige, pede, implora várias habilidades. Entender que teatro é a reunião de todas as artes em uma só. O que fazer então? Há meses corri atrás de um profissional do canto para me ajudar tanto com técnicas vocais como para me ensinar todos caminhos técnicos para cantar como atriz. Resposta dos profissionais: "Não tenho tempo infelizmente! Ou, vou sim e nem precisa pagar, apenas coloque meu nome no projeto, enfim. Mas, nunca aparecem em nenhum ensaio! Primeiro que não existe no Piauí, pelo menos que eu saiba, profissionais especificamente preparados para essa atividade. O que temos são profissionais ligados a música, portanto trabalham ou tem a preocupação em trabalhar afinação. E, na minha simples opinião a voz do ator precisa de um trabalho vocal, mais diversificado, tendo em vista, as particularidades do ofício. Acho que uma das soluções seria um profissional, com uma perspectiva direta em trabalhar a personalidade vocal individual de cada intérprete e suas possibilidades performáticas. Então, me vi numa situação desértica vocalmente falando. A única solução seria procurar um profissional para orientar-me no fazer. Estou estudando sozinha, mais é complicadíssimo. Agora precisei desse trabalho específico de voz na penúltima cena e, terminei em desespero, choro e me sentindo impotente diante do desafio. Mas, vou conseguir com ou sem esse profissional me auxiliando. Nenhuma técnica vocal é mais importante para um ator do que ele cantar com a alma, o coração e amor. Vencerei!

Por Silmara Silva

terça-feira, 2 de julho de 2013

Carta de Medéia

Por que o amor foi na minha vida, uma guerra inteira? Eu lhes respondo, que amor devastador foi esse. Não! não estou contra as ondas do mar, mas assumo, estou aqui para testar meus limites. Acusem-me do que quiserem, feiticeira, bárbara, passional, que elevou sua paixão as últimas consequências, passou por cima da sua existência, amordaçou a sua prole. Quando confessei a face oposta para esse amor, para esses tiranos, mostrei a todos um ser divino vingativo, expositor de uma ira sem freios. Fui selvagem, dissimulei, humilhada pela postura do meu marido. Jasão destruidor, causador da minha implosão, vomitada violentamente para o mundo, em forma de fogo, ciúmes, rejeição, morte.  Ao povo de Corinto, jorrei rios de ódio, gritei toda força e verdade de mulher, ameacei todos com meu jogo. Minha grande dor foram esses abutres, os causadores, terror, repulsa e vingança. Jasão, arrependa-se de todos os males causado a mim e aos nossos filhos!  Foste o maior protagonista sanguinário dessa história. Covardemente conduziu-me, pediu e implorou esse mar de fúria.  Ninguém enxerga, de todas as criaturas viventes, que ama, sofre, mata, nós mulheres, somos as mais sofredoras. E eu, Medéia, só executei o alívio do meu sofrimento.

Os Deuses me protejam.

Medéia – Corinto
Por  Silmara Silva

domingo, 28 de abril de 2013

Preparação Corporal - Wushu Moderno - Profª Yeda Gabriela


Mas afinal, o que faz um preparador corporal de atores?

Nesta investigação, ponho a prova hoje que o Teatro Brasileiro de Expressão Piauiense, constitui-se como um campo de conhecimento a ser explorado. Creio que para entender as especificidades da função de preparador o profissional deva conhecer com exatidão as organizações funcionais básicas, de modo empírico e teórico. A partir de múltiplas experiências de movimentos. Deverá desenvolver um aguçado senso de observação, além de decifrar sinais de comunicação contidos no corpo do ator. E saber lidar com as diferentes atitudes corporais que se revelam nesses sinais. Tanto o ambiente psico-social e, cultural, onde acontece a preparação corporal, quanto as relações que se estabelecem entre o preparador e o diretor, por exemplo, são importantes para o bom desenvolvimento do processo de criação teatral.

Há dois meses venho treinando exaustivamente meu corpo com as técnicas do Wushu Moderno (é um esporte de alto rendimento - baseado nas artes marciais chinesas). Foi uma escolha em consenso entre eu e o diretor. Necessitávamos de um desempenho pessoal através do meu equilíbrio mental e motora. E, está modalidade proporciona um ótimo condicionamento físico, saúde, disposição, autoconfiança e auto-estima. Ingredientes fundamentais para o sucesso de um corpo poderoso em cena. Disciplina e perseverança são dois focos de crescimento nessa preparação corporal ministrada pela minha personal Yeda Gabriela - Educadora Física e aspirante a Bióloga e praticante de Kung Fu Shaolin do Sul.

"Como o material do ator é o próprio corpo, esse deve ser treinado para obedecer, para ser flexível, para responder passivamente aos impulsos psíquicos , como se não existisse no momento da criação, não oferecendo resistência alguma. A espontaneidade e a disciplina são os aspectos básicos do trabalho do ator e, exigem uma chave metódica". (Jerzy Grotowski)






Silmara Silva

09/03/2013





sábado, 27 de abril de 2013

Ensaios e Fios


Há dois meses atrás inexplicavelmente desapareceram minhas anotações dos dez primeiros ensaios. Tanto eu, como o diretor quase entramos em pânico, coisas importantes se foram nesses escritos. Mas, penso eu: talvez essa perda fosse uma abertura para outras idéias surgirem ou talvez fosse necessário que desaparecessem, assim, é nosso mágico e misterioso teatro. Sei que formatei um método de trabalho, juntamente com o diretor, que privilegiou dois aspectos inicialmente: controle e contenção dos aspectos psico-físicos, emocionais e até espirituais da minha interpretação, bem como, manipulação consciente das minhas possibilidades bioenergéticas. Projetamos um experimento teatral que privilegiasse o fazer artesanal, a pesquisa e o acordo entre os realizadores. Concluída a primeira fase, onde conseguimos boa parte dos objetivos iniciais, evoluímos para uma perspectiva mitopoética da personagem.Todavia, a pesquisa sobre energia vibracional continua sendo a tônica do meu treinamento diário, aliada a um forte trabalho de reconfiguração do movimento, gestos e símbolos. Tudo isso, fundamenta a racionalização de uma metologia de trabalho. Chega então, o ponto mais complexo e difícil para mim nesse processo. Alguns ensaios foram conflituosos, reagente e agressivo no meu ponto de vista, por muitas vezes não concordava com as colocações da direção, perdia o equilíbrio, chorava, refletia...

Questionava: será que em determinados momentos fui injusta ou não entendi o que o diretor propôs? Ou a direção se equivocou? Talvez esse ensaio tenha sido o mais proveitoso, aprendemos com as nossas fragilidades, houve um ganho das duas partes envolvidas, creio eu. Ouvi poucas e boas do diretor, não disse mais nada, assumo que eu estava armada e cheia de abuso. Até o próximo ensaio! Amém.

Silmara Silva
23/04/2013

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Inquietações que Povoam - Temos que enfrentar nossos obstáculos ou não?


Em Setembro de 2012, eu estava encerrando uma temporada pelo norte do Brasil, e finalizando um ciclo de aprendizado e vivência em minha vida de atriz e artista. No final do ano, recebo um mimo dos organizadores do Troféu - Os Melhores do Teatro Piauiense - Melhor atriz de 2012, em reconhecimento ao meu trabalho   de atriz na cidade. Isso tudo só me impulsiona a trabalhar cada vez mais, em prol da nossa arte com muito respeito e disciplina. Voltando ao fechamento do ciclo eu, precisava desobstruir pessoas, trabalhos, lugares e repensar duramente meu fazer artístico teatral. Penso: "Que tarefa árdua e perigosa, as consequências podem ser agradáveis ou não". Na continuidade, fui observando-me, procurando evoluir diante dos contratempos, perdendo uns e ganhando sabedoria. Que me perdoe a modéstia! Bom, em Novembro do mesmo ano, inicio um novo ciclo, onde embarco em um processo, onde irei dialogar no maior desafio da minha vida de atriz. Chamo de "Solo" - (s.m. Trecho de música a ser executado por uma só pessoa ou um só instrumento - Dic. Aurélio). Porém não irei executar música e instrumento nenhum. Parafraseando -Um famoso teatrólogo do Séc. XXI, que diz: " Quando você assumi o fazer Teatral, é justamente para sair do óbvio, para fugir do senso comum, para ter uma intervenção na minha vida de um modo crítico, ou seja, pra gente ser sujeito da gente mesmo. Para estabelecer outras formas de relação, de comunicação, de aconchego, de afeto com as pessoas. Que o mundo tal e qual tá dado e posto roubou de nós essa capacidade.Irei sim, conversar sozinha em cena, com um público que será só meu naquele instante. Não escondo  meu medo, estou apreensiva, buscando confiança e tranquilidade e acreditando em mim. E, como está sendo puxado, dolorido, cansativo é, como se eu tivesse subindo em um penhasco e, quando eu chegar ao topo, sentirei a glória de todo meu esforço, dedicação, suor e amor. Indagada por uma amiga, que questiona por que vou trabalhar só em um espetáculo? Será egoísmo? Você não quer mais discutir em grupo o fazer teatral? Primeiro que quando decidi realizar este "Solo", não pensei em nenhuma dessas possibilidades, mas, sei que hoje discuto mais o prazer e a dor de um processo artístico do que quando tinha um GRUPO. Aliás grupos são ótimos, quando se tem sintonia, vontade de crescer e aprender juntos, respeito com a individualidade do outro e, principalmente foco no trabalho que está sendo desenvolvido. E, ultimamente estou vendo muito bando por ai, e grupos esses estão ficando poucos. Sim, por que do trabalho "só"? Gerou em mim uma necessidade, uma vontade e liberdade de ir além, de sair da mesmice, do prato feito de todos os dias. Um querer atravessar um processo ainda a ser desvendado, preciso saber até  onde vão meus limites. Preciso vivenciar esse meu momento, quebrar a cara se for preciso, eu acredito no trabalho, nas descobertas, nas pesquisas, nas inquietações. O que arte tem a me oferecer? Doses únicas de sabedoria, uma amplitude de mundo, de ser humano e, o teatro só é verdadeiro quando você se doa, atordoa, chora, questiona, se apaixona. Mas acima de tudo teatro tem que ser praticado, horas e horas por dia, nos ensaios e na mente. Tens que ser mostrado ao público sua verdade e a sua mentira. No que você realmente acredita. E, esse é um obstáculo que eu vou enfrentar em "Exercício Sobre Medéia". Oremos! (Silmara Silva)

Saudações Dionisíacas!



Hoje no ensaio foi pedido pelo diretor, uma investigação mais aprofundada da personagem "Medéia", tinha que desenvolver um jogo psicossomático, um fio que liga espirito e corpo, eu tinha que dá uma resposta imediata ao que foi pedido. Diante da dificuldade do exercício proposto, respirei profundamente, me concentrei e, busquei visualizar essa mulher, tentei descobrir seu passado, suas ausências, dores, amores, os grandes conflitos internos que atormentam ela. Medéia é uma Semi-Deusa, feiticeira por excelência. Mulher que carrega no corpo e na alma, ressentimentos, rejeição, ciúmes, abandono, uma paixão desmesurada e uma vida toda de vingança. Busquei não confundir as minhas necessidades de atriz com a da personagem, o que é muito difícil separar muitas vezes, controlar a emoção, um trabalho de auto-controle. Porém consegui corporificar os objetivos primeiramente, que a ação usada nesse tipo exercício sempre vai obedecer a lógica; que a ação será contínua e ininterrupta; simultânea, então temos dois aspectos como resultado: ação interior e exterior. Não existe ação sem objetivos. Meu núcleo do ensaio de hoje: Ir em busca da verdade do personagem, criar a vida de um espirito humano, dar vida para cena. (Silmara Silva)


Frase: "O ator deve se colocar a serviço de uma verdade". (Petter Brook)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Solo Teatral - "Exercício Sobre Medéia"

"Exercício Sobre Medéia" - É um experimento teatral onde a medida do correto, será, a perfeita concordância objetiva(estética), subjetiva(conceitual) entre diretor e intérprete. Isso deverá resultar em perspectivas concretas(desenvolvimento técnico-metodológico). O trabalho se encaminhará na trajetória de um treinamento(aprendizagem), onde quem dirige explora as possibilidades criativas, investigativas e vibratórias da atriz e, ao mesmo tempo, descobri-se com artífice de um espírito de direção onde o que vale é a descoberta do teatro que revela realidades invisíveis. Signos, símbolos e arquétipos são o próprio conhecimento da verdade. A atriz, por sua vez torna-se a irradiadora de todo trabalho cênico e consegue desenvolver-se técnica, estética e valorativamente como artista, ser cultural e humano. O esperado é uma encenação mitopoética. O experimento é sobretudo, um singrar de horizontes, mares inexplorados de forças, paixão e inventividades. Testemunho da fé consolidada de dois profissionais que crêem que o teatro pode contribuir com a vida do Piauí e da nação.


Sintetizando: “Exercício Sobre Medéia” é teatro vivo e autêntico. O único que realmente vale a pena a fazer. (O Diretor)