segunda-feira, 22 de abril de 2013

Inquietações que Povoam - Temos que enfrentar nossos obstáculos ou não?


Em Setembro de 2012, eu estava encerrando uma temporada pelo norte do Brasil, e finalizando um ciclo de aprendizado e vivência em minha vida de atriz e artista. No final do ano, recebo um mimo dos organizadores do Troféu - Os Melhores do Teatro Piauiense - Melhor atriz de 2012, em reconhecimento ao meu trabalho   de atriz na cidade. Isso tudo só me impulsiona a trabalhar cada vez mais, em prol da nossa arte com muito respeito e disciplina. Voltando ao fechamento do ciclo eu, precisava desobstruir pessoas, trabalhos, lugares e repensar duramente meu fazer artístico teatral. Penso: "Que tarefa árdua e perigosa, as consequências podem ser agradáveis ou não". Na continuidade, fui observando-me, procurando evoluir diante dos contratempos, perdendo uns e ganhando sabedoria. Que me perdoe a modéstia! Bom, em Novembro do mesmo ano, inicio um novo ciclo, onde embarco em um processo, onde irei dialogar no maior desafio da minha vida de atriz. Chamo de "Solo" - (s.m. Trecho de música a ser executado por uma só pessoa ou um só instrumento - Dic. Aurélio). Porém não irei executar música e instrumento nenhum. Parafraseando -Um famoso teatrólogo do Séc. XXI, que diz: " Quando você assumi o fazer Teatral, é justamente para sair do óbvio, para fugir do senso comum, para ter uma intervenção na minha vida de um modo crítico, ou seja, pra gente ser sujeito da gente mesmo. Para estabelecer outras formas de relação, de comunicação, de aconchego, de afeto com as pessoas. Que o mundo tal e qual tá dado e posto roubou de nós essa capacidade.Irei sim, conversar sozinha em cena, com um público que será só meu naquele instante. Não escondo  meu medo, estou apreensiva, buscando confiança e tranquilidade e acreditando em mim. E, como está sendo puxado, dolorido, cansativo é, como se eu tivesse subindo em um penhasco e, quando eu chegar ao topo, sentirei a glória de todo meu esforço, dedicação, suor e amor. Indagada por uma amiga, que questiona por que vou trabalhar só em um espetáculo? Será egoísmo? Você não quer mais discutir em grupo o fazer teatral? Primeiro que quando decidi realizar este "Solo", não pensei em nenhuma dessas possibilidades, mas, sei que hoje discuto mais o prazer e a dor de um processo artístico do que quando tinha um GRUPO. Aliás grupos são ótimos, quando se tem sintonia, vontade de crescer e aprender juntos, respeito com a individualidade do outro e, principalmente foco no trabalho que está sendo desenvolvido. E, ultimamente estou vendo muito bando por ai, e grupos esses estão ficando poucos. Sim, por que do trabalho "só"? Gerou em mim uma necessidade, uma vontade e liberdade de ir além, de sair da mesmice, do prato feito de todos os dias. Um querer atravessar um processo ainda a ser desvendado, preciso saber até  onde vão meus limites. Preciso vivenciar esse meu momento, quebrar a cara se for preciso, eu acredito no trabalho, nas descobertas, nas pesquisas, nas inquietações. O que arte tem a me oferecer? Doses únicas de sabedoria, uma amplitude de mundo, de ser humano e, o teatro só é verdadeiro quando você se doa, atordoa, chora, questiona, se apaixona. Mas acima de tudo teatro tem que ser praticado, horas e horas por dia, nos ensaios e na mente. Tens que ser mostrado ao público sua verdade e a sua mentira. No que você realmente acredita. E, esse é um obstáculo que eu vou enfrentar em "Exercício Sobre Medéia". Oremos! (Silmara Silva)

Saudações Dionisíacas!



Um comentário:

  1. Silmara é uma maravilha esse blog, a cada vez mais, vou conhecer um pouquinho mais de você, como atriz e pessoa. O sucesso, pode ter certeza que virá, a sua dedicação é formidável! Ansiosa para ver toda a sua vivência em cena. Beijos e muita luz!

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